quarta-feira, 4 de maio de 2011

Em busca de investidores, Silval se impressiona com o VLT

Edilson Almeida
Via Redação 24 Horas News

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Silval na estação de VLT em Porto
Decisão sai no final do mês                                                            O presidente da Agecopa, Eder Moraes, frisou que até o fim de maio será definido o modelo que será instalado em Cuiabá e anunciado à população. Integram a delegação mato-grossense o presidente e o primeiro-secretário da Assembleia Legislativa, respectivamente, deputados José Riva e Sérgio Ricardo, o deputado estadual Guilherme Maluf e o secretário-chefe da Casa Militar, Antonio Moraes.

O valor do investimento é alto. Mas, se levar em consideração que será para o futuro, o esforço é recompensável. O Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT,  impressionou o governador Silval Barbosa. Neste sábado, ele conheceu o sistema em funcionamento na cidade do Porto, em Portugal. Deixou claro que a opção pelo Bus Rapid Transport, que vem sendo desenvolvido como principal obra de mobilidade urbana para Cuiabá abrigar a Copa de 2014, está longe de ser o escolhido.
“Precisamos encontrar uma solução para Cuiabá que tenha eficiência similar a que encontramos no transporte público aqui no Porto”, disse Silval Barbosa. Ainda no sábado, após receber explicações detalhadas do funcionamento do sistema, Silval e comitiva seguiram  para uma reunião com um grupo de empresários que operam na implantação e operação do sistema elétrico do VLT. A expectativa é de convencê-los aparticiparem do projeto em Cuiabá.
Partindo da Estação Campo 24 de Agosto, Silval viajou no modal por 20 quilômetros em área urbana, conhecendo as mais diversas estruturas físicas e estações construídas para a instalação do trem que passa na superfície, em áreas subterrâneas e sobre pontes. A cidade que recebeu a primeira linha de VLT em 2002, já conta com seis linhas distribuídas por 67 quilômetros de trilhos, 92 veículos e 80 estações para os usuários.
Cada vagão do trem de 35 metros comporta 240 passageiros e passa a cada seis minutos em fins de semana e feriados, a cada quatro minutos nos horários de pico e em eventos especiais o tempo de espera pelo usuário pode ser reduzido para dois minutos. “Em dias de jogo o Estádio do Dragão chega a receber um público de 48 mil pessoas. Transportamos cerca de 35% desse público. Quando o jogo acaba, em 10 minutos já não há mais ninguém esperando na estação devido a rapidez do sistema. Conseguimos transportar 10 mil pessoas por hora” – explicou o  diretor de projetos do Metrô do Porto, Manuel Teixeira.
A estação funciona em frente ao estádio e foi construída em 2003 para atender ao público dos jogos de futebol do Campeonato da Europa de 2004.
O diretor do Metrô pontuou que a opção pelo VLT no município foi uma alternativa para resolver os problemas de trânsito e do excessivo número de veículos nas áreas de patrimônio histórico. “O trem chegou como solução na década de 90, época em que o acesso ao crédito estava muito fácil e todo mundo estava comprando carro. Com o metrô houve quebra de paradigmas e uma mudança de postura da população, que hoje deixa o carro em casa para chegar mais rápido usando o trem”, disse Teixeira.
Ele explicou ao governador que três tópicos são fundamentais para embasar o projeto. O grupo utilizou 31 pontos de revisão, que vão de paisagismo à reestruturação urbana. Já para a eficiência na operação é preciso considerar a funcionalidade, a acessibilidade, desde o sistema de bilheteria até a rede de parques para estacionamento e a facilidade na manutenção, com o uso de equipamentos e estruturas padronizadas – que permitam rápidos reparos se necessários.
Em Porto, 20% dos deslocamentos são realizados pelo metrô, com um fluxo de 230 mil pessoas ao dia. A cidade conta com uma população de 1,4 milhão de habitantes. O custo da obra foi de 17 milhões de euros por quilômetro, incluindo estações, desapropriações e trabalhos de reabilitação urbana, de 23 milhões de euros por quilômetro nas áreas de túnel.
O gestor público salientou para o governador que foi necessário o fechamento de algumas ruas e abertura de outras, mas que sempre houve o apoio popular. “Todos sabiam que o transporte melhoraria muito. Antes se levava uma hora para fazer um trecho de 14 quilômetros de carro, que agora se faz em 15 minutos com o trem elétrico”, complementou Teixeira.
Na cidade portuguesa o sistema é subsidiado pelo poder público. A passagem custa entre 1 euro a 1,5 euros para o usuário. O governo custeou toda a construção e contratou uma empresa por cerca de 100 milhões de euros para realizar a operação por cinco anos. Para manter a passagem a 1 euro, o governo subsidia 40% do valor da passagem. O Metrô pertence a uma sociedade anônima, que funciona exclusivamente com fundos públicos de Estado e prefeituras.
“A eficiência desse modal de transporte impressiona. Precisamos avaliar todas as informações levando em conta a realidade da Capital para fazermos a escolha correta com o perfil da nossa população. Sem dúvida a apresentação foi esclarecedora”, falou o governador.

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